domingo, 1 de setembro de 2013

DO BARÃO AO PATRIOTA. VIA “BARBUDINHOS”.

José Maria da Silva Paranhos, o Barão do Rio Branco foi a pedra angular na construção da tradição diplomática brasileira.

Sem pretensão, ele traçou a linha a ser seguida na política externa do Brasil: nunca a fraqueza; sempre o diálogo, sempre a dignidade.
Contudo, em vinte e quatro de Agosto, a missão para salvar o senador boliviano Roger Pinto realizada pelo diplomata Eduardo Sabóia, mostrou a quantas andam o esgarçamento da Nação.

E o rasgo foi aparecer justamento no Ministério das Relações Exteriores, instituição centenária, que sobreviveu incólume a inúmeras crises externas e internas; até que...!

As reações do Ministério são didáticas.
A pretensão para vingar o diplomata, urdida em surdina e caracterizada no contraste do perfil moral, mostram o quanto os atuais gestores estão distantes do que foi a diplomacia brasileira: desde o Barão até o governo do presidente Geisel, quando materializaram-se no Ministério do Exterior os “barbudinhos” do Itamaraty.
Lembrando que Eduardo Sabóia usa barba, mas não se enquadra no perfil dos "barbudinhos". Ele tem personalidade própria.

Tal qual o soldado na trincheira que recebeu ordens de não deixar o seu posto, mas diante de um cenário novo percebe a ameaça e decide agir, assim fez o Eduardo Sabóia.
Não desobedeceu a uma ordem. 
Salvou a posição.
Recusou a omissão.

Seus superiores, sem o arcabouço do espírito do Barão, obedientes apenas à sua causa e subservientes as autoridades exógenas, não têm competência para entender, qualquer que seja a ação, quando esta se apoia nos princípios da moral e ética.
Na falta do norte, perderam-se, desorientados que ficaram no evento, que não seguiu a ordem unida do caudilho (ou dos caudilhos: os castro, evo, etc.) da vez.   
     
Antes, na mesma Bolívia, foi a subserviência que explicou a perda da refinaria da Petrobrás naquele país. Também, explicou em Honduras a vergonhosa proteção na embaixada brasileira ao Zelaya. 
E explica agora, a perseguição ao diplomata que salvou o senador boliviano asilado na embaixada brasileira.

No imbróglio, o pior.
A devastação da herança, não fica aqui.

Do Itamaraty do Barão, restarão só os registros de feitos memoráveis.

Da era pós-“barbudinhos”... (?) 


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