DO BARÃO AO PATRIOTA. VIA “BARBUDINHOS”.
José Maria da Silva Paranhos, o Barão do Rio Branco foi a pedra
angular na construção da tradição diplomática brasileira.
Sem pretensão, ele traçou
a linha a ser seguida na política externa do Brasil: nunca a fraqueza; sempre o
diálogo, sempre a dignidade.
Contudo, em vinte e quatro
de Agosto, a missão para salvar o senador boliviano Roger Pinto realizada
pelo diplomata Eduardo Sabóia, mostrou a quantas andam o esgarçamento da Nação.
E o rasgo foi aparecer
justamento no Ministério das Relações Exteriores, instituição centenária, que
sobreviveu incólume a inúmeras crises externas e internas; até que...!
As reações do Ministério são didáticas.
A pretensão para vingar o diplomata, urdida em surdina e caracterizada no contraste do perfil
moral, mostram o quanto os atuais gestores estão distantes do que foi a diplomacia
brasileira: desde o Barão até o governo do presidente Geisel, quando materializaram-se no Ministério do Exterior os “barbudinhos” do Itamaraty.
Lembrando que Eduardo
Sabóia usa barba, mas não se enquadra no perfil dos "barbudinhos".
Ele tem personalidade própria.
Tal qual o soldado na
trincheira que recebeu ordens de não deixar o seu posto, mas diante de um cenário
novo percebe a ameaça e decide agir, assim fez o Eduardo Sabóia.
Não desobedeceu a uma
ordem.
Salvou a posição.
Salvou a posição.
Recusou a omissão.
Seus superiores, sem o
arcabouço do espírito do Barão, obedientes apenas à sua causa e subservientes
as autoridades exógenas, não têm competência para entender, qualquer que seja a
ação, quando esta se apoia nos princípios da moral e ética.
Na falta do norte,
perderam-se, desorientados que ficaram no evento, que não seguiu a ordem unida do caudilho (ou dos caudilhos: os castro, evo, etc.) da vez.
Antes, na mesma Bolívia, foi
a subserviência que explicou a perda da refinaria da Petrobrás
naquele país. Também, explicou em Honduras a vergonhosa proteção na embaixada brasileira ao Zelaya.
E explica agora, a perseguição ao diplomata que salvou o senador boliviano asilado na embaixada brasileira.
E explica agora, a perseguição ao diplomata que salvou o senador boliviano asilado na embaixada brasileira.
No imbróglio, o pior.
A devastação da herança, não fica aqui.
Do Itamaraty do Barão, restarão só os registros de feitos memoráveis.
Da era
pós-“barbudinhos”... (?)
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